quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Propriedade Privada.

Segurança! Medo do Vivo ou da Morte?
Propriedade! Apropria a vida e a própria morte.
Morte humana. Qual é seu medo?

Propriedade ou vida?


sábado, 18 de setembro de 2010

Boa educação para além da mera informação fatual

          Estou iniciando meus estudos na área de arquitetura e por indicação da professora Carol Heldt, pude conhecer o livro Bauhaus: Novarquitetura. Queria compartilhar com quem por interesse ou curiosidade queira saber um pouco mais sobre.



Segue um trecho escrito pelo próprio Walter Gropius:

          “Até agora fomos bem sucedidos em dar a conhecer aos nossos filhos as conquistas do passado, mas não em encorajá-los a formular seus próprios pensamentos. Fizemo-los estudar de modo tão intensivo história da arte, que não dispõem mais de tempo para se exprimirem artisticamente. Depois, quando adultos, nutrem idéias tão bitoladas sobre arte, que deixam de considerá-la algo a que lhes é dado livre acesso por meio da criação própria [...] Estou convencido, entretanto, de que há capacidades artísticas em todo ser humano; só que hoje os valores mais profundos da vida são prejudicados porque o acento principal de nossa existência repousa em coisas secundárias, tais como o comércio enquanto fim em si e o lado puramente prático desta ou daquela ocupação. O “espírito de comércio” desalojou a necessidade de uma vida harmônica, como a que era própria de épocas anteriores. Todo nosso sistema de educação visa formar o homem, o mais depressa possível, para o trabalho especializado. Tão logo termina o tempo feliz da infância, a pessoa é circunscrita a um único setor de sua vida, e assim perde cada vez mais o sentido inato para a totalidade da vida [...] A coragem para pesquisar novos campos da experiência humana desaparece em nosso sistema de produção com sua finalidade puramente material. Sem dúvida, a educação sofreu consideravelmente com a supervalorização dos aspectos materiais e com uma concepção intelectual unilateral.”

          Escolhi esse trecho pela clareza com que o autor trata de uma problemática tão presente em nossas vidas. Nos acomodamos a uma realidade nem um pouco saudável. Algo que consome o melhor dos indivíduos deveria ser inaceitável. O Ser Humano passa de seu patamar imaginário de superioridade para a mais completa miséria ideológica, material, mental e qualquer outra que corroa os corpos enquanto assistem a mecanismos alienantes fecharem suas entranhas e lhe privarem a vida.  
Salve Gropius!


          A Bauhaus surgiu como uma tentativa de unir todas as formas de trabalho criativo. Com a intenção de exercer “influência viva no design” construiu novas formas de desenvolver a “consciência criadora” e principalmente na arquitetura foi capaz de aliar projeto às novas possibilidades que surgiam com a indústria, “materiais da sociedade moderna”, recentes necessidades sociais e humanas. Foi fechada em 1933 por determinação dos nazistas.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

CINEMA - ESTUDO I (*Didático)

*Este é um brevíssimo estudo cinematográfico feito por mim, que dará início a dicussões sobre cenários, direção de arte, cores e afins.

A palavra Cinema deriva do grego kino, que significa movimento. Cinemática é a ciência do movimento e cinematografia ou cinegrafia a sua grafia ou transposição gráfica.


Representar os seres vivos ou elementos naturais em movimento sempre foi um desejo humano e as primeiras tentativas foram através das esculturas e desenhos. Sejam as esculturas gregas que parecem ter vida própria ou os desenhos em perspectiva e profundidade de Leonardo Davinci.


O que já se podia ver no século XI era uma cena animada a partir das
representações de diversas fases de uma mesma ação.

Outras manifestações aconteciam no continente asiático com as sombras chinesas (foto à direita), onde atores contavam histórias utilizando – como já se refere o nome – luzes e sombras.

O abade Nollet, preceptor de Luis XV fala em seus escritos de
“placas mecanizadas de projeção”, onde as figuras têm movimentos
que parecem animá-las. Também usava entre outras coisas, o que se chamava de “lanterna mágica” e se parecia um pouco com os nossos modernos projetores de eslaides.

O início das grandes descobertas que são estopim para a origem ao cinema acompanha o período da primeira revolução industrial que vai de 1760 a 1860 e grandes invenções como a invenção da lâmpada incandescente em 1878 (que alguns dizem ter sido inventada por Thomas Edison, outros dizem que ele apenas comprou a patente da invenção).
 
O que é chamado de segunda revolução industrial ocorreu a partir de 1870, quando novas mudanças aconteceram na econômia da Europa, baseada na descoberta de novas fontes de energia e avanços científicos e técnicos.


A indústria elétrica revolucionou a iluminação, o transporte e as
telecomunicações. A indústria química gerou grande impulso
com a criação de fertilizantes, produtos sintéticos, explosivos e
produtos farmacêuticos. No setor siderúrgico enormes quantidades
de aço são produzidas a preços baixos.

Porque ressaltar a revolução industrial nessa pesquisa sobre cinema:

A descoberta de novas fontes de energia é fundamental para as projeções. Além da energia, as descobertas do setor químico também influem nas revelações de negativos. E politicamente falando, a massificação do proletariado é tema de diversos trabalhos da época e praticamente a burguesia e a classe média eram as únicas a ter acesso às projeções cinematográficas.

No começo do século XIX, os ingleses Fitton e Paris inventaram o 
TAUMATRÓPIO. Constituído por um disco, no qual estão
representados dois desenhos bem distintos: Ex. de um lado um
passarinho e do outro uma gaiola. Fazendo girar o disco a 15 rotações
por segundo, no mínimo, tem-se a impressão de que o passarinho
entrou na gaiola.

Em 1829 e 1833, Joseph Plateau, inventa o FENACISTOSCÓPIO (figura de
baixo à direita).

São dois discos de papelão. Num deles estão desenhadas diferentes
fases de um movimento, o outro tem fendas feitas de maneira
tão regular quanto às imagens. Fazendo-se girar os dois discos,
tem-se a impressão de ver o movimento acontecer e repetir-se.

Existiram vários inventos como o Praxinoscópio, datado de 1877, por Émile Reynaud, porém todos esses apresentavam o mesmo inconveniente, cada “cena” continha um número muito reduzido de imagens, apenas doze.
 
No dia 14 de Janeiro de 1889, Émile Reynaud registra patente do “Teatro óptico” (figura à baixo). Um sistema de tiras flexíveis perfuradas. E através de um espelho manda projetar suas criações numa tela transparente ou parede branca. Émile Reynaud foi o precursor do desenho animado.
 
 
 
*O olho humano:


A retina segura uma substância a “púrpura retiniana”, a qual é como que decomposta pela luz, mas se regenera rapidamente. Porém, essa rapidez não é suficiente para impedir uma ruptura instantânea na visão. Cientistas calcularam que o tempo de regeneração da púrpura retiniana é de aproximadamente 1/12 de segundo. (atualmente é utilizada a velocidade de 23, 24, 25 ou mais imagens por segundo). Nessas condições, se olharmos imagens que desfilam a um ritmo superior a doze por segundo, teremos a impressão de que elas sucedem ininterruptamente.


*Primeiros passos da fotografia:


Em 1816, na França, Nicéphore Niepce, consegue fixar
numa placa de vidro, com ajuda de uma câmara escura
a paisagem que vê de sua janela. É a primeira fotografia
do mundo. O vidro estava engraxado com um produto
chamado betume da Judéia.

Após algum tempo Louis Jacques Mandé Daguerre, continuou sua pesquisa, porém procurou obter apenas imagens positivas, isto é, imediatamente legíveis, os chamados “daguerreótipos” (figuras a baixo), porém eles não podiam ser reproduzidos. E por volta de 1835, o inglês Fox Talbot consegue obter numa placa fotográfica coberta com sais de prata, a primeira imagem negativa.




*O primeiro a registrar movimento, foi o médico Francês Etienne Jules Marey, inventou o Odógrafo, medidor da velocidade de máquinas que se converteu à fotografia depois das descobertas de Jules Janssen. Da nova técnica, Marey aperfeiçoa o “revólver fotográfico” e construindo em 1881, uma “espingarda fotográfica” que funcionava à velocidade de 20 imagens por segundo, em 1887 desenvolve o “cronofotógrafo à placa fixa”.
 
 
 
Bibliografia: (ou parte dela)
- História breve do cinema - Manuel Moutinho Murias (Editorial Verbo)
- Os irmãos Lumiere e o cinema - J. Foreit e Ph. Brochard (Editora Augustos)
- Introdução a uma verdadeira historia do cinema - Jean-luc Godard
- Hisória Universal - William McNeill
 
 
*Logo o estudo II estará disponível, qualquer contribuição será bem vinda por tanto peço a todos que se tiverem alguma colocação, sugestão ou crítica que me mandem pelo email: mayara.pattoli@yahoo.com.br

domingo, 13 de dezembro de 2009

Cineclube Cinefusão - 3° Encontro. *Fotos por Maíra Borges.

Filmes Apresentados:


- Mest Kinematograficheskogo Operatora (A Vingança do Cameraman).
Wladyslaw Starewicz. 1912. Rússia

- Das Eitle Studeenmädchen (A atrevida camareira).
Johann Schwarzer. 1907. Áustria

- Falling Leaves (Folhas caindo).
Alice Guy Blaché. 1912. EUA. *Primeira direção feminina.

- Frankenstein.
J. Searle Dawley. 1910. EUA. *Primeira adaptação.
- Fantasmagorie.
Émile Cohl. 1908. França

- Making a living (Carlitos Repórter).
Henry Lehrman. 1914. EUA *Primeira participação
cinematográfica de Charles Chaplin.

- That fatal sneeze.
Lewin Fitzhamon. 1907. Reino Unido

- The “?” motorist (O motorista).
Walter R. Booth. 1906. EUA

- San Francisco: Aftermath of Earthquake.
American Mutoscope. 1906. EUA



Fusão:


Após a exibição dos filmes, abrimos uma roda de debate onde foram destacados diversos temas, entre eles pautamos a fusão: teatro + cinema e o possível surgimento de uma nova modalidade de arte. O cinema nasceu do teatro e após algumas rupturas adquiriu linguagem própria.

Com referência a cenografia, conseguimos observar que os cenários antes pintados nas paredes em perspectivas começam a ganhar corpo e volume, uma estante que anteriormente era pintada passa a ser uma estante verdadeira, os cenários agora têm móveis e objetos, portas “interativas”, janelas com fundos, e outros.

Comentamos sobre o trabalho do ator e como conforme a passagem das décadas (1895 - 1915) demonstrava diferenças, quanto à mimese, tornando-se cada vez mais minimalista. Isso se justifica pelo começo do cinema ter suas apresentações juntas a outros espetáculos performáticos (circo, dança, mágica) e muitos dos atores serem dos mesmos. Ainda quanto ao trabalho do ator falamos sobre a atual mecanização e modernização nos teatros (microfones, telas de projeção e etc.) ora usadas como conforto, ora usadas como ferramentas criativas.

Sobre a fotografia, falou-se muito da questão dos 24 quadros por segundo (parâmetro básico no cinema) e a mudança de velocidade da época quando exibidos os filmes na forma com que usamos hoje, além da analogia feita com a TV e sua forma de exibição. A imagem fica quarenta e oito (48) avos de segundo estática e outros quarenta e oito avos preta para entrar a outra imagem, do contrário veríamos um borrão passando na tela. Muitas imagens antigas que vemos aceleradas na verdade são reproduzidas em projetores com velocidade diferente da qual foram captadas, os projetores para a velocidade ideal já não existem ou já não existiam na época em que foram passadas a vídeo.
O projetor na história da animação dos insetos pega fogo porque o gafanhoto deixa de girar a manivela que põe em movimento o positivo e o calor da lâmpada do projetor derrete a nossa querida e tão amada emulsão.

A lente usada na animação era uma teleobjetiva, com exceção do plano "aéreo" em que os veículos do gafanhoto e do besouro atravessam o jardim, nesse caso usou-se uma lente normal. Também foi destacado o movimento do curta “That fatal sneeze”, ressaltando a dificuldade de deslocar aquelas câmeras da época que eram muito pesadas, provavelmente havia cerca de três ou quatro pessoas para fazer aquele movimento. Em períodos posteriores até as décadas de quarenta ou cinquenta, a câmera na mão se tornaria sinônimo de câmera subjetiva.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cerol (Selecionado para o festival de Brasília)



Sinopse: Pedro é um empregado do setor de informática de uma empresa decadente e ao tentar tomar a frente em problemas de seu setor acaba sendo responsabilizado pelo mesmo, sendo humilhado por seu chefe e conseqüentemente despedido. A partir daí são desencadeados outros conflitos cômicos em sua vida sempre assombrado pela sombra de seu chefe.

                                                 

Ficha Técnica:

Direção: Bruno Mello Castanho
Assistentes: Danilo Santos
                   Erick Martorelli
Fotografia: Heber Souza
                 Rogério Che

Produção: Claudia Capellini
Assistente: Luciana Coelho
                       
Som: Caetano Grippo
         Erick Martorelli

Direção de Arte: Mayara Pattoli
Assistentes: Adriana
                   Roberta

Fotos por: Marcio Gonçalves





Direção de arte:

No filme cerol, o humor é um tanto satírico e não muito óbvio. Seguindo as idéias estabelecidas em reuniões e conforme a proposta do diretor, ele tem uma aparência caótica desde o inicio até o fim.


A proposta é carregar ao máximo todos os ambientes de materiais que não necessariamente têm ligação direta com as personagens, chegando até mesmo ao ponto de fazer com que esses fiquem deslocados, assim como todas as pessoas que cuidam diariamente de coisas que não dizem respeito a suas próprias vidas, são pessoas presas e metafóricamente apagadas.

Terá uso predominante de tons opacos e acinzentados, os ambientes mais carregados darão sensação de claustrofobia e os menos carregados de decadência. A pesquisa de nossa equipe foi baseada em grandes filmes e no cotidiano vazio de pessoas em geral.




 

Antes que o amor se vá




                    Aimê é uma menina de 18 anos, bonita à sua forma. Um pouco introvertida e reprimida pela falta de seu pai que nunca soube ao certo porque foi embora. Cultiva uma inteligência e sensibilidade que a fazem manter em seu pequeno quarto todas as coisas que fizeram parte de seus melhores momentos, criando um mundo onde fantasia seus desejos mais puros e os mais secretos. E é no meio do quarto que se encontra o mais importante de todos esses objetos, uma casa de bonecas, onde pretende construir o seu maior sonho, viver um amor platônico com um homem que acabara de se mudar para a casa ao lado e jamais trocou uma palavra, sua única relação era pela janela de seu quarto que dava de frente para do mesmo, Aimê reproduz o quarto e todos os movimentos desse homem na casa de bonecas criando um jogo de verdades e ilusões.
                    E não se sabia se era ela quem construía o mundo em que ele vivia ou se era ele quem vivia no mundo em que ela construiu.


Ficha técnica (Ainda não está completa):
Direção: Danilo dos Santos.
Assistente: Bruno Mello Castanho

Produção: Luciana Coelho

Fotografia: Heber Souza
                 Rogério Che

Direção de arte: Mayara Pattoli
Assistente de arte: Erick Martorelli
Adereços: Mayara Pattoli
Maquiagem: Cláudia Capelini
Figurino: Paula Yuki

Fotos: Alécio Cézar
           Ricardo Gusmão
              
                                                    
Esse filme ainda não entrou no circuito de festivais e também foi mais um projeto maravilhoso que não teve incentivo governamental. Tivemos sorte em encontrar alguns parceiros e ainda assim ficamos atados quanto as limitações financeiras. Acredito que já seja parte da cultura a falta de incentivo e o incentivo miserável porém, não pode ser a realidade, todos devem ter acesso a arte.
Muitos podem achar que reclamamos de barriga cheia porém pensando proporcionalmente, a arte e a cultura são fundamentais e a elas é destinada uma parcela mínima de recursos, extendendo a desigualdade em outros âmbitos além dos sociais, pois alguns tem muito, outros pouco e a maioria não tem. Esse assunto me deixa muito triste porém não é o foco desse blog, indignações à parte, vou começar falar da arte desse projeto.





Direção de arte - Antes que o amor se vá.

Por se tratar de um filme cujo foco é a fantasia, a direção de arte se propos a criar ambientes mesclando elementos suaves à vida real. A arte como peça fundamental do filme teve além de outras a função de retratar as características das personagens em detalhes pequenos, todos os ambientes foram compostos por particularidades; e como segundo plano a arte teve a função de atribuir vida a um cenário imaginário. (Logo mais colocarei fotos do outro ambiente e das externas)
Foi necessária uma busca entre o lúdico e o concreto, tanto em cores como em objetos.
Como paleta de cores a direção de arte deu prioridade às cores violeta (lilás) e amarelo, ambas intermediárias entre as cores quentes e frias e tons caminhando do violeta ao vermelho. Além disso, outros tons também foram usados para quebrar a força das cores complementares utilizadas. Teve como finalidade criar ambientes sensíveis e instigantes.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009