domingo, 13 de dezembro de 2009

Cineclube Cinefusão - 3° Encontro. *Fotos por Maíra Borges.

Filmes Apresentados:


- Mest Kinematograficheskogo Operatora (A Vingança do Cameraman).
Wladyslaw Starewicz. 1912. Rússia

- Das Eitle Studeenmädchen (A atrevida camareira).
Johann Schwarzer. 1907. Áustria

- Falling Leaves (Folhas caindo).
Alice Guy Blaché. 1912. EUA. *Primeira direção feminina.

- Frankenstein.
J. Searle Dawley. 1910. EUA. *Primeira adaptação.
- Fantasmagorie.
Émile Cohl. 1908. França

- Making a living (Carlitos Repórter).
Henry Lehrman. 1914. EUA *Primeira participação
cinematográfica de Charles Chaplin.

- That fatal sneeze.
Lewin Fitzhamon. 1907. Reino Unido

- The “?” motorist (O motorista).
Walter R. Booth. 1906. EUA

- San Francisco: Aftermath of Earthquake.
American Mutoscope. 1906. EUA



Fusão:


Após a exibição dos filmes, abrimos uma roda de debate onde foram destacados diversos temas, entre eles pautamos a fusão: teatro + cinema e o possível surgimento de uma nova modalidade de arte. O cinema nasceu do teatro e após algumas rupturas adquiriu linguagem própria.

Com referência a cenografia, conseguimos observar que os cenários antes pintados nas paredes em perspectivas começam a ganhar corpo e volume, uma estante que anteriormente era pintada passa a ser uma estante verdadeira, os cenários agora têm móveis e objetos, portas “interativas”, janelas com fundos, e outros.

Comentamos sobre o trabalho do ator e como conforme a passagem das décadas (1895 - 1915) demonstrava diferenças, quanto à mimese, tornando-se cada vez mais minimalista. Isso se justifica pelo começo do cinema ter suas apresentações juntas a outros espetáculos performáticos (circo, dança, mágica) e muitos dos atores serem dos mesmos. Ainda quanto ao trabalho do ator falamos sobre a atual mecanização e modernização nos teatros (microfones, telas de projeção e etc.) ora usadas como conforto, ora usadas como ferramentas criativas.

Sobre a fotografia, falou-se muito da questão dos 24 quadros por segundo (parâmetro básico no cinema) e a mudança de velocidade da época quando exibidos os filmes na forma com que usamos hoje, além da analogia feita com a TV e sua forma de exibição. A imagem fica quarenta e oito (48) avos de segundo estática e outros quarenta e oito avos preta para entrar a outra imagem, do contrário veríamos um borrão passando na tela. Muitas imagens antigas que vemos aceleradas na verdade são reproduzidas em projetores com velocidade diferente da qual foram captadas, os projetores para a velocidade ideal já não existem ou já não existiam na época em que foram passadas a vídeo.
O projetor na história da animação dos insetos pega fogo porque o gafanhoto deixa de girar a manivela que põe em movimento o positivo e o calor da lâmpada do projetor derrete a nossa querida e tão amada emulsão.

A lente usada na animação era uma teleobjetiva, com exceção do plano "aéreo" em que os veículos do gafanhoto e do besouro atravessam o jardim, nesse caso usou-se uma lente normal. Também foi destacado o movimento do curta “That fatal sneeze”, ressaltando a dificuldade de deslocar aquelas câmeras da época que eram muito pesadas, provavelmente havia cerca de três ou quatro pessoas para fazer aquele movimento. Em períodos posteriores até as décadas de quarenta ou cinquenta, a câmera na mão se tornaria sinônimo de câmera subjetiva.